| | Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! | |
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+5Tammy Marinho Rogério Silva Edwin Junque Ademar Ribeiro Elton Jt 9 participantes | Autor | Mensagem |
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Rogério Silva
Mensagens : 92 Pontos : 36166 Data de inscrição : 06/07/2014 Idade : 56 Localização : Rio de Janeiro
Ficha do Autor Competência: Contos Vencedores: (1000/1000)
| Assunto: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Seg Dez 08, 2014 11:23 am | |
| Conto: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura!
Três e meia da manhã. O Cabo entra no camarote, e me acorda. Mais um serviço, mais um dia de viagem. O choque dos pés com o convés acarpetado do camarote produz um ruído seco, enquanto tateio no escuro pelo trinco do armário. Não acendo a luz, para não incomodar os companheiros de camarote. Maldito serviço dois por umi. Se vou entrar agora, de quatro às oito, logo estarei também de quinze às dezoito, e depois, o pior de todos os horários: zero às quatro. Estou cansado por ter dormido pouco, mas tenho de cumprir o que é meu. Afinal, “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever”ii. Hoje são vinte e quatro de dezembro, véspera de Natal, e eu aqui, viajando. Se não fosse militar, queria ver alguém fazer isso, sem pedir para ganhar hora extra, adicional de periculosidade, e mais tantas outras benesses de pagamento. Rodo o navio, para ver como as coisas estão. Chego ao passadiçoiii logo. Algumas rendições de serviço já começaram. O mar está calmo, o navio jogaiv pouco. Situação das máquinas, alvos no visual e no radar, próximo ponto de guinada, último ponto na carta, atividades para o dia. Algum exercício? Nenhum. Que bom, farei os que sempre faço comigo mesmo, para me manter sempre pronto, atento e, melhor: passar o tempo. — Atenção, passadiço, manobra comigo, Tenente Rogério! — Timoneiro ciente, governando no rumo da girov zero-sete-dois, rumo magnético zero-nove-três. Vem o crepúsculo, a linha do horizonte fica visível, os astros mais brilhantes se recusam a desaparecer. Pego o sextante, baixo as estrelasvi, calculo a posição: sempre adorei Navegação Astronômica! O sol nasce, e começamos logo a faxina. Importante manter o navio limpo. Enquanto se lustram os amarelosvii, calculo o desvio da giro, e está tudo tranquilo. Toca a alvorada às seis, como sempre, e o navio como um todo acorda. Nenhum alvo no visual, o radar está limpo. Faltam vinte para as oito, e daqui a pouco meu quarto vai acabar. Em cinco minutos, minha rendição vai chegar, e a alegria já toma conta de todos nós, inclusive timoneiro, sota-timoneiro e até mesmo o vigia. — Homem ao mar por boresteviii — um grito repentino interrompe a conversa. Em frações de segundos, reflito sobre o inferno que é uma ocorrência dessas bem na hora de passar o serviço, sobre todos os procedimentos que tenho de fazer, e sobre a responsabilidade de não titubear, pois uma vida humana está em jogo. Menos de meio segundo após o grito de “homem ao mar”, metralho o timoneiro e o sota-timoneiro com os comandos da manobra: — Todo-leme-a-boreste-parar-boreste-seis-apitos-curtos! Corro para a asaix de boreste, a fim de ver se guinar o navio para a direita não vai me jogar em cima de ninguém, nem pedra, nem banco de areia. Grito para o sinaleiro içar a bandeira OSCARx. Vejo um homem de macacão flutuando, e fico aliviado, porque a popa do navio começa a se afastar dele. Se não tivesse sido a tempo, a corrente de sucção dos propulsores transformaria aquele homem em picadinho. Mergulho de volta à parte interna do passadiço, pego o microfone do fonoclamaxi e tento não gritar, para que o som não saia distorcido: — Homem ao mar por boreste! Homem ao mar por boreste! Guarnecer Detalhe Especial para Homem ao Mar — e aciono o alarme geral, que soa por todo o navio; os homens correm, mas ninguém se choca, nem cai. A tripulação toda forma em menos de um minuto e meio, nos dois bordos do navio. — Apontem para o oscarxii — berram os mais antigos de cada grupo, enquanto fazem a verificação de presença. A repetidora da giro começa a dar seus estalos mais rapidamentexiii, a proa do navio começar a variar francamente. Mando que o sota-timoneiro dê máquinas adiante, toda a força. — Timoneiro, inverte o leme! A guinada vai diminuindo lentamente, e a proa começa a cair para bombordo. Chegam os papéis com os nomes dos presentes, e há uma falta: o Cabo Lourenço. Foi ele quem caiu n'água. “Droga, Lourenço, tinha de cair pela borda? Vamos salvá-lo, fique calmo”, penso, mas não falo nada. Agora corro para a asa de bombordo, ele começa a ficar visível. “Pensa, rapaz, qual o bordo de recolhimento”, pergunto a mim mesmo. Olho as ondas e o anemômetro, mando reduzir as máquinas para dois terços. Estamos no rumo inverso, dois-cinco... — Fora de giroxiv! Fora de giro! Merda. Tinha que acontecer isso. Não posso parar para pensar. — Ciente do fora de giro, governar em dois-sete-três magnético. — Dois-sete-três magnético a caminho! — Ciente. Sota-timoneiro, máquinas adiante um terço. Olho para a proa. O vento! O vento entra por bombordo. Um dos marinheiros está na proa, com o fuzil apontado para as proximidades do Lourenço, para caso apareça algum tubarão. O Mestrexv já me olha, esperando que eu confirme o que ele já sabe. De novo, pego o microfone, e digo: — Bordo de recolhimento: bombordo! Claro. A regrinha básica, que treinamos desde as escolas de formação: vento-navio-homem. O navio tem uma área vélica muito maior, e o vento pode facilitar ou dificultar, aproximando ou afastando o navio do homem caído. Mando parar as máquinas, “máquinas atrás um terço”, para frear o navio. Como se navios tivessem freios! Logo o NATSALVOxvi está n'água, e o homem é recolhido. Graças a Deus! Meu serviço da tarde corre bem mais tranquilo, sem problemas. A giro já havia sido restabelecida. Aproveito e faço vários outros adestramentos, preparando-me para qualquer outro imprevisto. Aliás, os imprevistos são como se fossem acontecimentos normais, quando você está preparado. Tento dormir cedo, pois às onze e meia da noite vão me chamar de novo. É a rotina de viagem, é a vida que escolhi. Fui voluntário, ninguém me obrigou a entrar nessa vida da qual eu gosto, e muito! Quando chego novamente ao passadiço, tudo está escuro, porém, a conversa está animada. Conseguiram ouvir pelo rádio os resultados do campeonato, e as rivalidades afloram na forma de brincadeiras e zombarias. Recebo o serviço, assumo a manobra. Vou à asa de boreste, para me aliviar um pouco do calor. Porcaria de sistema de ar-condicionado! Tinha de ir embaixoxvii agora? Um navio todo feito de metal, que pegou sol o dia inteiro, vira uma sauna... até de madrugada! É nessas horas que aparecem as compensações da vida no mar: é noite de lua nova. Tudo escuro, mas veem-se todas as estrelas no céu. Uma faixa mais iluminada, a Via Láctea, e uma mancha no firmamento, que é uma nebulosa. Visíveis a olho nu! O vigia, apreensivo, diz que há um objeto voador não identificado por bombordo. Atravesso o passadiço correndo, chego à asa de bombordo e vejo um pontinho luminoso passar, subindo do horizonte, passando pelo nosso zênite, e indo se pôr do outro lado. Caio na gargalhada, e falo com o vigia para deixar de se preocupar, pois é apenas um satélite! Às duas e meia da manhã, vários riscos cruzam a abóbada celeste. Uma chuva de meteoritos ilumina rapidamente os conveses, contrastando com o ruído monótono e contínuo da vibração dos motores. Entro no camarim de navegação, que fica a boreste, por ante a réxviii do passadiço. Fecho a porta de correr atrás de mim, e giro para a minha esquerda, ficando em frente à repetidora do radar. Seguro-me nas laterais, e olho a tela: nada. Aumento a escala, nenhum alvo, tudo bem. Vou voltar ao passadiço... Mas cadê a porta? Só tem a anteparaxix ! Preciso voltar, mas como? Bem, tem uma outra porta atrás de mim, que diz para uma escada. Posso descê-la e vir por fora, entrando no passadiço novamente pela asa... Viro-me nos calcanhares, e... nada de porta! Sumiram! Volto-me à tela do radar. A porta por onde entrei tem de estar à minha esquerda. Olho para a esquerda: nada. Olho para trás, onde a outra porta tem de estar: nada. Começo a me preocupar. Estou preso, não tenho como sair, sou o Oficial de Quarto, sou responsável por mais de cento e vinte vidas, onde estão essas portas? Olho à minha volta. O camarim de navegação está completamente normal, com a estante, a mesa de navegação, gavetas, computador, equipamentos nas anteparas, mas nada de portas. Como vou sair? Nestes momentos, só a fé. Segurando-me na repetidora do radar, abaixo minha cabeça e peço a Deus que me mostre a saída, pois tenho de voltar ao passadiço. Eu não abandonei o serviço — um crime —, entretanto, como voltar? Mais de cem vidas dependem de mim. “Por favor, Senhor, me ajude”, penso, com toda a fé. Abro os olhos, e a porta sanfonada que diz para o passadiço está ao meu lado, onde sempre esteve. Deslizo-a, abrindo a passagem, e entro no compartimento escurecido. Próximo ao teto, várias coisas brancas voam de um lado para o outro. Esfrego os olhos, mas elas continuam lá, como se fossem lenços brancos e translúcidos, sendo puxados por fios invisíveis. — Timoneiro, você tá vendo isso? — Isso o que, Tenente — ele me pergunta. Todas somem. Assim, do nada, como surgiram. Melhor não contar o que aconteceu. Pode influenciar no serviço. Ainda temos uma hora pela frente. Respiro fundo, e mais uma vez esfrego os olhos, debruçando-me junto às vigiasxx do passadiço. O timoneiro, dirigindo-se a mim e ao sota-timoneiro, irrompe numa risada de Papai Noel e fala: — Feliz Natal para todos! Muita paz e felicidade! Rou-rou-rou... Houve uma pequena pausa, em que todos nós tentamos entender o que era aquilo. Depois, ao vermos a figura do timoneiro, que era um pouco obeso, caímos na gargalhada. Papai Noel estava ali, conosco, de serviço no passadiço, e nem tínhamos notado... Cumprimentamo-nos pelo Natal, lamentamos estarmos longe de nossas famílias, mas estávamos felizes por todos termos saúde e trabalho. Duro, nem sempre reconhecido, mas honesto e fonte de orgulho para todos nós. Lembrei-me de minha avó, que adorava o Natal, e de minha bisavó também, grandes matriarcas de minha família. Elas faziam toda a festa acontecer, reunindo a família, que era grande, com as seis filhas e aquele bando de crianças, netos, do qual eu fazia parte. Pequenas lágrimas de saudade marejaram meus olhos, já que elas, infelizmente, não estavam mais entre nós. Fui para a asa de bombordo. O mar de almirante quase não deixava o navio jogar, e a escuridão da lua nova não permitia que se divisasse o horizonte. — Gente, que é isso? Passando o Natal longe da família — uma voz rouca feminina falou atrás de mim. Não podia ser. Era a voz da minha bisavó. Virei-me, entre assustado e saudoso, e lá estavam as duas. Mãe e filha, vestidas em túnicas alvas. — Mas... mas — as palavras não saíam. — Rogerinho — era como minha avó me chamava —, meu filho, nós viemos aqui para lhe desejar um Feliz Natal, e para dizer que estamos com muitas saudades de você. Já passamos na nossa antiga casa e vimos como as festividades estão. Não precisa se preocupar, tudo e todos estão bem. Eu sentia o leve jogo do navio, inclinando ora para um lado, ora para o outro, compensando-o, para me manter bem equilibrado. Elas flutuavam a um palmo do convés. — Meu filho, meu neto querido. Você e sua irmã foram os que eu mais ajudei a criar, e sempre me deram muito orgulho. Vê-lo neste navio, manobrando, é tudo o que eu poderia querer. Este é o maior presente que me deram, o de poder voltar para ver você crescido, homem-feito, formado Oficial pela Marinha, e embarcado num navio. — Você, meu filho — minha bisavó falou — ainda vai dar muito orgulho pra gente! Pode escrever. Não consegui falar nada. Dois pequenos rios, mistos de felicidade e nostalgia, desceram quentes pelo meu rosto. Quantas saudades daquela época! — Temos de ir. Chegou a nossa hora. Um facho de luz as banhou, fazendo que suas túnicas se tornassem ainda mais alvas e começassem a cintilar. Elas começaram a subir rapidamente, e quando passaram do tope do mastro, sumiram. Enxuguei as lágrimas, limpei a garganta com um pigarro, entrei novamente no passadiço, e falei: — Marque a proa, timoneiro! — Zero-sete-dois, magnético zero-nove-três. — Ciente. Que tenhamos todos um Feliz Natal...
Notas explicativas
i Um quarto (turno) de serviço, seguido por dois de folga, alternadamente. ii Ver https://www.mar.mil.br/dphdm/pesq/barroso/sinais.htm iii Local onde se governa (dirige) o navio. Normalmente, é erradamente traduzido como ponte em filmes de língua inglesa. iv Balança. v Agulha giroscópica ou giro: é como uma bússola que sempre aponta para o norte verdadeiro. Funciona com o princípio do giroscópio, com motores elétricos. As agulhas magnéticas apontam para o norte magnético, e sofrem alterações pela declinação magnética, que varia de local para local. vi Baixar estrelas: significa medir a altura em graus dos astros notáveis com o sextante. vii Metais dourados. viii Boreste: bordo (lado) direito do navio. Bombordo é o bordo esquerdo. Proa é a frente, popa é a parte de trás. ix Parte externa do passadiço. x Indica a todos à volta que o navio está em manobra de recolhimento de homem ao mar. xi Sistema de altos falantes. xii Como se chama quem cai pela borda (Homem ao Mar). xiii Equipamento que envia informação eletromecânica para o radar, a fim de que possa também ter marcação verdadeira (ângulo que faz em relação ao norte) dos alvos. xiv A agulha giroscópica deixou de se orientar, ou seja, não aponta mais para o norte verdadeiro. xv Militar mais antigo com especialização em Manobras e Reparos, responsável por todas as manobras feitas no convés do navio, como atracação, desatracação, fundeio, lançamento de embarcações, entre outras. xvi Sigla que designa o militar que fez curso de natação de salvamento. xvii Ir embaixo: deixar de funcionar, dar defeito. xviii Por ante a ré: atrás, na parte de trás. xix Parede do navio. Os conveses são os pisos. xx Janelas. | |
| | | Elton Jt
Mensagens : 14 Pontos : 35288 Data de inscrição : 23/09/2014 Idade : 34 Localização : São Paulo
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Dom Dez 14, 2014 10:54 am | |
| Cara, como você consegue detalhar bem a narrativa! Estou impressionado. Confesso que quando chegou na parte em que ele encontra os entes queridos eu pensei: "O texto vai tentar impressionar o leitor apelando superficialmente para o reencontro de alguém que morreu, já vi tanto isso em filmes que não cola mais"... mas depois que li, nossa, vi que essa parte foi fantástica, a parte mais linda do texto. Terminei de ler quase com lágrimas no rosto... Quase hehe Só não entendi como aceitaram que o papai noel estava lá, no meio deles, pois convencer uma pessoa que papai noel existe é quase impossível. kk Você tem o dom de impressionar com a simplicidade das emoções em um texto complexo. Amei isso. Até ano que vem. | |
| | | Rogério Silva
Mensagens : 92 Pontos : 36166 Data de inscrição : 06/07/2014 Idade : 56 Localização : Rio de Janeiro
Ficha do Autor Competência: Contos Vencedores: (1000/1000)
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Seg Dez 15, 2014 4:37 am | |
| - Elton Jt escreveu:
- Cara, como você consegue detalhar bem a narrativa! Estou impressionado.
Confesso que quando chegou na parte em que ele encontra os entes queridos eu pensei: "O texto vai tentar impressionar o leitor apelando superficialmente para o reencontro de alguém que morreu, já vi tanto isso em filmes que não cola mais"... mas depois que li, nossa, vi que essa parte foi fantástica, a parte mais linda do texto. Terminei de ler quase com lágrimas no rosto... Quase hehe
Só não entendi como aceitaram que o papai noel estava lá, no meio deles, pois convencer uma pessoa que papai noel existe é quase impossível. kk
Você tem o dom de impressionar com a simplicidade das emoções em um texto complexo. Amei isso.
Até ano que vem. Elton Jt Obrigado por ler, fico feliz que alguém o tenha feito! Estava começando a ficar preocupado... Sobre o Papai Noel lá, no meio deles, bem... é uma ironia do texto. Vejamos: " O timoneiro, dirigindo-se a mim e ao sota-timoneiro, irrompe numa risada de Papai Noel e fala: — Feliz Natal para todos! Muita paz e felicidade! Rou-rou-rou... Houve uma pequena pausa, em que todos nós tentamos entender o que era aquilo. Depois, ao vermos a figura do timoneiro, que era um pouco obeso, caímos na gargalhada. Papai Noel estava ali, conosco, de serviço no passadiço, e nem tínhamos notado"... Portanto, é apenas uma referência à figura do timoneiro, que era um pouco obeso, como se fosse um Papai Noel. Talvez eu precise reescrever esta parte, a fim de torná-la mais clara. Obrigado mais uma vez! Rogério Silva | |
| | | Ademar Ribeiro
Mensagens : 181 Pontos : 36387 Data de inscrição : 23/06/2014 Idade : 42 Localização : SBC - SP
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Ter Dez 23, 2014 6:51 am | |
| Olha esse Rogério, sempre acentuando seus textos com cargas emocionais.
Vejo este teu método com bons olhos, independente do tema, tu sempre joga uma carga emocional. É seu estilo, não dá para fugir muito dele. Penso que se partisse para o ramo do drama/romance venderia horrores. Seu texto sobra no quesito subgênero, pra você pode ser mais um dia tipico de trabalho, mas para mim, seria uma baita aventura. Senti "os fantasmas do natal" presentes, fisicamente, sem obscuridade de relato, eles estão lá, não da para contestar. Parabéns. Narrativa perfeita, revisão nem se fala. Como usou de linguagem técnica, essa sua nota nos caiu como luva. Mais uma vez, meus parabéns e até a próxima.
Feliz Natal e um próspero ano novo! | |
| | | Edwin Junque
Mensagens : 5 Pontos : 34365 Data de inscrição : 23/12/2014
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Qua Dez 24, 2014 5:53 am | |
| Rogério, com a descrição realizada em sua narrativa, pude visualizar o navio e toda a atmosfera que envolve esse conto. O modo como foi relatada a aparição dos entes queridos foi profundamente emocionante. Sou novo por aqui, mas já estou gostando e muito dos textos apresentados. Muito obrigado! | |
| | | Rogério Silva
Mensagens : 92 Pontos : 36166 Data de inscrição : 06/07/2014 Idade : 56 Localização : Rio de Janeiro
Ficha do Autor Competência: Contos Vencedores: (1000/1000)
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Qua Dez 24, 2014 8:22 am | |
| - Ademar Ribeiro escreveu:
- Olha esse Rogério, sempre acentuando seus textos com cargas emocionais.
Vejo este teu método com bons olhos, independente do tema, tu sempre joga uma carga emocional. É seu estilo, não dá para fugir muito dele. Penso que se partisse para o ramo do drama/romance venderia horrores. Seu texto sobra no quesito subgênero, pra você pode ser mais um dia tipico de trabalho, mas para mim, seria uma baita aventura. Senti "os fantasmas do natal" presentes, fisicamente, sem obscuridade de relato, eles estão lá, não da para contestar. Parabéns. Narrativa perfeita, revisão nem se fala. Como usou de linguagem técnica, essa sua nota nos caiu como luva. Mais uma vez, meus parabéns e até a próxima.
Feliz Natal e um próspero ano novo! Caríssimo Ademar Vou começar a pensar que você está sendo parcial comigo, hein? Sempre elogia muito... Obrigado por ter lido, e fico muito feliz que tenha gostado. A linguagem foi técnica sim, mas não poderia deixar de ser... Daí a imensa necessidade de pôr as notas explicativas. O título do texto é uma tradução de um dos lemas usados pela Marinha americana (que não tem lemas oficiais), mas ele mostra uma coisa comum a todos os marinheiros, de mar e de terra, independentemente da nação à qual sirvam: cada dia é repleto de aventuras. E um pequeno detalhe: alguma s coisa s que aconteceram foram verdade. Portanto, este conto é baseado em fatos reais Sobre a emoção, como deixar de citá-la? Como deixar de envolver o leitor numa atmosfera de emoções, a fim de que ele veja que os personagens não são certinhos, mas humanos, como ele? Não há como (na minha opinião, claro), a menos que se deseje fazer um texto técnico. Eu creio que devamos envolver o leitor, mostrar a ele que os personagens também têm emoções, acertos, erros, sucessos e falhas. enfim, mostrar o mundo como ele é. No entanto, sou fã incondicional de finais felizes e do bem vencendo o mal (até mesmo por questões pessoais). Grandes abraços, Rogério Silva
Última edição por Rogério Silva em Qua Dez 24, 2014 8:31 am, editado 1 vez(es) | |
| | | Rogério Silva
Mensagens : 92 Pontos : 36166 Data de inscrição : 06/07/2014 Idade : 56 Localização : Rio de Janeiro
Ficha do Autor Competência: Contos Vencedores: (1000/1000)
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Qua Dez 24, 2014 8:25 am | |
| - Edwin Junque escreveu:
- Rogério, com a descrição realizada em sua narrativa, pude visualizar o navio e toda a atmosfera que envolve esse conto. O modo como foi relatada a aparição dos entes queridos foi profundamente emocionante. Sou novo por aqui, mas já estou gostando e muito dos textos apresentados. Muito obrigado!
Edwin Junque Muito obrigado por ter lido. Tentei aprofundar o leitor na atmosfera dos acontecimentos (muitos deles reais) deste conto. Procurei fazer algo que não fosse meloso, até porque sou péssimo nesse tipo de texto, e manter-me fiel à proposta. Penso ter conseguido, e fico feliz que tenha gostado. Grandes abraços, Rogério Silva | |
| | | Tammy Marinho
Mensagens : 141 Pontos : 36317 Data de inscrição : 26/06/2014 Idade : 34
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Sex Dez 26, 2014 11:44 am | |
| Olá, Marinheiro!
Primeiro muito obrigada por fazer um Glossário, porque senão eu ia estar master perdida. Por isso primeiro relato que os termos técnicos tornou para MIM o texto um pouco travado no início. Mas isso não impediu que ele fluísse mais adiante, o que é ótimo.
Rogério "o homem de família" ataca novamente. É interessante como sempre aborda contextos familiares nas suas histórias, mas te digo que neste conto em questão o abordou com uma profundidade mais natural e muito mais tocante. Então certamente foi a melhor inclusão desse ponto que fez nos contos até então.
Meus Parabéns.... E te aguardo pra próxima. | |
| | | Rogério Silva
Mensagens : 92 Pontos : 36166 Data de inscrição : 06/07/2014 Idade : 56 Localização : Rio de Janeiro
Ficha do Autor Competência: Contos Vencedores: (1000/1000)
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Seg Dez 29, 2014 1:42 pm | |
| - Tammy Marinho escreveu:
- Olá, Marinheiro!
Primeiro muito obrigada por fazer um Glossário, porque senão eu ia estar master perdida. Por isso primeiro relato que os termos técnicos tornou para MIM o texto um pouco travado no início. Mas isso não impediu que ele fluísse mais adiante, o que é ótimo.
Rogério "o homem de família" ataca novamente. É interessante como sempre aborda contextos familiares nas suas histórias, mas te digo que neste conto em questão o abordou com uma profundidade mais natural e muito mais tocante. Então certamente foi a melhor inclusão desse ponto que fez nos contos até então.
Meus Parabéns.... E te aguardo pra próxima. Tammy! Obrigado por ler, é sempre um prazer ler seus comentários. Sobre as notas explicativas, concordo: absolutamente necessárias. Nem todo mundo leu livros de Marinharia, ou passou anos a bordo, para aprender todos os termos náuticos. No entanto, se colocasse as explicações no meio do texto, aí sim ele ficaria arrastado mesmo... e não tinha como escrever de outro jeito. Agora, "homem de família"? Realmente, é necessário colocar algo com que o leitor se identifique, para que ele veja que os personagens também têm problemas, famílias, vidas, ou seja, não são só letras agrupadas numa página. Interessante me chamar disso, pois família é um dos valores mais queridos para mim. Dizem que é o baluarte do combatente, além, claro, de ser a célula-máter da sociedade... apesar de muitos quererem o fim dela. Obrigado pelos parabéns, Rogério Silva | |
| | | talysmcidreira
Mensagens : 18 Pontos : 34872 Data de inscrição : 04/11/2014
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Seg Dez 29, 2014 3:51 pm | |
| Olá Rogerio. Confesso que naveguei junto com os tripulantes nesse barco. Descrição precisa, rica em detalhes. Os termos técnicos chamam de fato atenção ( até assustam no ínicio ) mas abrilhantam ainda mais a narrativa. Obrigado pelas notas explicativas ( ajudaram muito haha )! Você consegue fazer um misto entre uma boa descrição de cenários, personagens e uma excelente construção da carga dramática deles dentro do contexto. Muito bom! Parabéns ! | |
| | | Rogério Silva
Mensagens : 92 Pontos : 36166 Data de inscrição : 06/07/2014 Idade : 56 Localização : Rio de Janeiro
Ficha do Autor Competência: Contos Vencedores: (1000/1000)
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Ter Dez 30, 2014 4:09 pm | |
| - talysmcidreira escreveu:
- Olá Rogerio.
Confesso que naveguei junto com os tripulantes nesse barco. Descrição precisa, rica em detalhes. Os termos técnicos chamam de fato atenção ( até assustam no ínicio ) mas abrilhantam ainda mais a narrativa. Obrigado pelas notas explicativas ( ajudaram muito haha )! Você consegue fazer um misto entre uma boa descrição de cenários, personagens e uma excelente construção da carga dramática deles dentro do contexto. Muito bom! Parabéns ! Grande Talys Obrigado por ler, e muito mais grato ainda pelos elogios! Tentei fazer um texto que fosse interessante, e melhor: muitas coisas nele realmente aconteceram Daí a riqueza de detalhes... Grandes abraços, Rogério Silva | |
| | | Vinícius Tadeu
Mensagens : 52 Pontos : 35452 Data de inscrição : 11/09/2014
Ficha do Autor Competência: Contos Vencedores: (1000/1000)
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Ter Jan 06, 2015 6:54 pm | |
| Rogério, até aqui o mestre da ação no grupo. Meus parabéns. Entretanto, embora interessante, inserir detalhes técnicos como "observações" foge aos objetivos da narração, ficaria ótimo se tivesse incluído um marinheiro novato que pedisse por elas. Vale a dica: quem quiser detalhes técnicos que vá ler enciclopédia. | |
| | | zizgz
Mensagens : 41 Pontos : 35485 Data de inscrição : 07/09/2014 Localização : Porto, Portugal
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Sáb Jan 10, 2015 5:59 am | |
| Seu texto me fez lembrar que "Navegar é preciso. Sonhar é preciso". Interessante alucinação em alto mar. Parabéns! | |
| | | Rogério Silva
Mensagens : 92 Pontos : 36166 Data de inscrição : 06/07/2014 Idade : 56 Localização : Rio de Janeiro
Ficha do Autor Competência: Contos Vencedores: (1000/1000)
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Ter Jan 13, 2015 5:51 am | |
| - Vinícius Tadeu escreveu:
- Rogério,
até aqui o mestre da ação no grupo. Meus parabéns. Entretanto, embora interessante, inserir detalhes técnicos como "observações" foge aos objetivos da narração, ficaria ótimo se tivesse incluído um marinheiro novato que pedisse por elas. Vale a dica: quem quiser detalhes técnicos que vá ler enciclopédia. Grande Vinícius Obrigado por ler e muito mais agradecido ainda pelo elogio. Como atores de teatro, acredito que nós, (pretensos) escritores, sejamos movidos a aplausos das nossas plateias. Bem... colocar um marinheiro novato a quem tudo fosse explicado? Acho que tiraria um pouco o ritmo da coisa, não? Acabaria por causar interrupções no desenrolar, a fim de inserir as explicações técnicas em forma de diálogo. Não sei... Para mim, em tempos de informação digital (nem sempre confiável) ao alcance dos dedos, é bom economizar tempo do leitor, dando-lhe "uma mãozinha". Meus livros são cheios de notas de rodapé, com explicações e fatos (fatos mesmo, reais!) que estão relacionados a uma ou outra passagem. Sim, eu sei, nem todo mundo gosta, mas a maioria prefere um comentário explicativo, sim. Nem todos são como eu e você: com aquela curiosidade, iniciativa, vontade de aprender. Melhor deixar ao leitor a opção de se quiser a explicação, ler na nota de rodapé; senão, procure, caso queira, numa enciclopédia... ou no Google! Abraços, Rogério Silva | |
| | | Rogério Silva
Mensagens : 92 Pontos : 36166 Data de inscrição : 06/07/2014 Idade : 56 Localização : Rio de Janeiro
Ficha do Autor Competência: Contos Vencedores: (1000/1000)
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Ter Jan 13, 2015 5:55 am | |
| - zizgz escreveu:
- Seu texto me fez lembrar que "Navegar é preciso. Sonhar é preciso". Interessante alucinação em alto mar. Parabéns!
zizgz Muito obrigado por ler. E sim, Navegar é preciso, pois o Brasil começou assim, fruto da expansão ultramarina portuguesa. Agora, para deixar bem claro: algumas coisas neste conto foram verdade. Mesmo. Outras, claro, são obra de ficção. Não vou especificar aqui o que foi verdade, nem o que foi inventado. Prefiro acreditar que não houve uma alucinação, porém um evento "sobrenatural". Como eu acredito que o chamado sobrenatural é apenas mais uma parte da natureza, para mim, não existe sobrenatural. Grandes abraços, Rogério Silva | |
| | | murillomagaroti23
Mensagens : 26 Pontos : 35492 Data de inscrição : 03/09/2014
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Qua Jan 14, 2015 7:08 pm | |
| Pessoalmente, prefiro que as coisas se expliquem no texto a parar a leitura para verificar as notas explicativas, mas nesse caso, sendo um texto em primeira pessoa, se justificam os muitos termos técnicos (que não atrapalharam a leitura, apesar de eu, como disse que prefiro, não ter interrompido a leitura). Senti que na parte em que a avó e bisavó, se não me engano, entram em cena, o tempo verbal passa para o passado. Não sei se foi um artifício usado - na minha opinião, a mudança de tempo nesse caso acompanha a mudança da narrativa, de uma aventura sem respiros para uma parte mais emocional/filosófica - ou por acaso. De resto, não tenho o que comentar. Gostei muito. | |
| | | Rogério Silva
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Ficha do Autor Competência: Contos Vencedores: (1000/1000)
| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! Seg Jan 19, 2015 6:01 am | |
| - murillomagaroti23 escreveu:
- Pessoalmente, prefiro que as coisas se expliquem no texto a parar a leitura para verificar as notas explicativas, mas nesse caso, sendo um texto em primeira pessoa, se justificam os muitos termos técnicos (que não atrapalharam a leitura, apesar de eu, como disse que prefiro, não ter interrompido a leitura). Senti que na parte em que a avó e bisavó, se não me engano, entram em cena, o tempo verbal passa para o passado. Não sei se foi um artifício usado - na minha opinião, a mudança de tempo nesse caso acompanha a mudança da narrativa, de uma aventura sem respiros para uma parte mais emocional/filosófica - ou por acaso. De resto, não tenho o que comentar. Gostei muito.
Murilo Muito obrigado por ler, e mais ainda pelo elogio. Sim, a mudança no tempo foi um artificiozinho... não muito sutil, concordo, mas para separar a aventura do sentimento familiar. Abraços, Rogério Silva | |
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| Assunto: Re: Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! | |
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| | | | Não é Só Um Emprego, é Uma Aventura! | |
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