Odisseia do Escritor
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 Conto: Ela (mente psicopata/erótico)

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Rogério Silva
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Rogério Silva

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MensagemAssunto: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeDom Set 07, 2014 11:02 am

Conto: Ela

Abro a porta e entro. Ela já está lá, linda como sempre, me esperando. Faz um meio rodopio, e depois o completa, quando tranco a porta e me viro para o interior do apartamento. É um ritual nosso, uma coisa que nos identifica como o casal feliz que somos.
Ela caminha na minha direção. A única pessoa que me entende neste mundo tão louco. Uma mulher maravilhosa: tudo o que quer me dizer, praticamente me diz com o olhar. Não reclama de nada, não gosta de sair, não me pede nada, e está sempre pronta para mim, louca por mim, esperando por mim.
Todas as vezes em que chego ou saio do trabalho, ela está na sala, para me receber e se despedir. Obediente, sabe o seu lugar. Sabe que jamais será igual a mim, que dirá se sentir superior. É o que as mulheres são: seres com deformidades, homens imperfeitos. Inferiores. Ela sabe disso, e é por isso que a amo. A única mulher que amei em toda a minha vida.
Vamos para a cama. Eu deitado, ela do meu lado. Ela me lembra que hoje seria o aniversário da minha mãe. Solto uma risada de desprezo... Então não se lembra do que ela me fez na infância?
Mãe, aonde vamos — perguntei a ela, do alto dos meus onze anos.
A um médico especial. Ele é diferente. É um médico de conversar.
Médico de conversar?
Saí do consultório do médico. Ele garantiu à minha mãe que não sou homossexual. Eu só saberia o que essa palavra significa alguns anos depois. Ele disse que eu sou misógino, o que quer que isso seja. Por isto, brigava com as meninas da escola.
Rio por dentro... Eles não sabiam de nada! Brigava com as meninas da escola porque elas falavam demais, não queriam me obedecer, e se achavam mais bonitas e melhores que eu. Rá! Melhores que eu...
E fui crescendo num lar em que meu pai me mostrava como tratar as mulheres da forma certa, colocando-as em seu devido lugar. Nenhum batalhão de mulheres é melhor que um único homem, isso eu posso garantir.
E sei que foi culpa da minha mãe a morte prematura do meu pai. O câncer o comeu por dentro, por causa dela, tenho certeza. Tanto contrariou meu pai, que cuidou de mim desde que eu era bebezinho... Ela falava para ele que filho dava muito trabalho, e se queria tanto um, ele que cuidasse.
Desqualificava meu pobre pai o tempo todo, enquanto o coitado se matava de trabalhar, para nos dar conforto. Claro, ela trabalhava, em vez de ficar em casa e cuidar de mim e das tarefas do lar, que eram seu dever.
Quando meu pai se foi, deixou-nos com uma situação bem confortável. Minha mãe, que já não me aturava mesmo, foi morar na nossa casa de praia em São Pedro d'Aldeia. Eu fiquei aqui no Rio e abri uma academia para mim, depois que me formei em Educação Física.
Reformei o apartamento, pois não aguentava viver naquele ambiente velho. Nunca mais falei com a minha mãe, e ela não me procurou. Surpresa nenhuma! Mas foi exatamente aí que essa mulher maravilhosa apareceu. Sabia tudo o que eu queria, até como se comportar. Só não cozinhava, porque reconhecia que eu era muito melhor que ela em tudo, até na cozinha!
Ela adora me tocar e ser tocada, e fica horas a me contemplar, em admiração. Uma vez lhe perguntei o que seria dela sem mim; ela me respondeu Não seria!”, e se aconchegou mais ainda ao meu corpo. Sabe que sou eu quem deve protegê-la. Ah, por que passei tanto tempo sem você, meu amor? Onde você se escondeu durante todo esse tempo?
Durmo ao lado dela, depois que fazemos amor. Acordo pela manhã, e ela, linda, abre os olhos quase ao mesmo tempo que eu. Criaturinha angelical... Se ela soubesse o que fiz...
Sônia era uma das minhas alunas na academia. Galinha, claro. Dava para todo mundo que chegasse. Vivia insistindo para sair comigo... Um barzinho, um cineminha, uma festa, uma balada... Sempre era alguma coisa. Queria que eu a comesse, isto sim. Desprezível, imunda!
Um dia desses, aceitei. Ia dar uma machucada nela, pois só assim me deixaria em paz. Um cinema e um lanche. Fomos a um buffet de saladas na praça de alimentação de um shopping desses. Meu Deus! Sônia não parava de falar! Eu respondia uma série aleatória de “hums”, “ahs”, e “mesmos?”. Sônia nem notou, pois estava muito ocupada falando e pensando que eu tinha algum respeito por ela.
Depois, um filme desses, bem melosos, em que as mulheres aparecem como se fosse iguais aos homens, e os imbecis ficam correndo atrás delas. Só em filmes mesmo... Tive de me segurar para não dar boas gargalhadas no cinema, ouvindo a mulherada soluçando com a estória lacrimogênea... Ridículo, ridículas!
Finalmente, o motel. Deixei o carro na garagem, subimos para o quarto. Tranquei a porta e me virei: Sônia veio a mim com tanta força, que me jogou contra a porta. Tentava me engolir com a boca, porque aquilo não eram beijos. A língua dela quase chegou à minha garganta, tamanha a sofreguidão. Eu não podia sentir prazer algum assim.
Suas mãos pareciam carros de corrida percorrendo todo meu corpo, até que a direita encontrou meu pau. Segurou-o, apertando-o levemente, e parou de me beijar. Abriu os olhos e me encarou, dado um sorriso maroto, mostrando os dentes e passando a língua nos lábios. Soltou uma risadinha safada. “É uma putinha, mesmo”, pensei.
Pegou a minha mão direita e me fez esfregar aqueles seios empinados. Os mamilos estavam tão duros, que juro que os ouvi estalar, quando meus dedos passaram sobre eles. Sônia continuava a segurar meu pau, mas agora rebolava, esfregando-se nas minhas coxas, ora numa, ora noutra.
Soltava suspiros de prazer, breves risadas, e me instigava, ora me dando beijinhos, ora passando a língua rapidamente nos meus lábios. “Como se isso fosse bom”, pensei. Mas, já que estava ali...
Sônia desafivelou meu cinto, abriu o botão e abaixou meu zíper, metendo a mão por dentro das minhas calças. Segurou de novo meu membro, agora sem nada entre nossas peles, e soltou um gemido de prazer, sorrindo novamente daquele jeito.
Abaixou minhas calças, e pude ver pelo espelho o tamanho do meu membro. Sempre me admirei com ele! Sônia se ajoelhou, e o abocanhou de uma só vez. Como ela conseguiu?
Sônia me chupava sofregamente, como se quisesse me engolir. Às vezes, diminuía o ritmo e me fazia crer que sentia algo por mim, sendo mais carinhosa e cuidadosa, como se quisesse realmente me dar prazer, e não arrancar meu membro.
Levantou-se e me abraçou, levando minha mão esquerda para baixo da minissaia: ela estava sem calcinha! A parte interna de suas coxas estava molhada, e me fez tocá-la intimamente: senti todo o seu calor. Os poucos pelos estavam melados e colados uns nos outros, e soltou um longo urro de prazer quando a toquei.
Afastou-se de mim e tirou sua roupa dançando. “Que mulher vulgar”, pensei. Pelada e com os sapatos de salto alto, parecia uma atriz de filme pornô. Virou-se de costas para mim, colocou as mãos nos joelhos e se empinou, olhando para mim, rebolando e me convidando...
Voltou e começou a retirar minhas roupas, esfregando-se em mim e soltando ruídos de muita excitação. Finalmente, estávamos nus! Sônia segurou meu membro e me levou para a cama, puxando-me por ele. Se aquilo tudo mal cabia na sua mão, imaginei o estrago que faria quando entrasse.
Sônia se abriu para mim, e eu a penetrei de uma vez só. Falou para mim:
Ui, tesão! Vem com tudo, meu macho!
Comecei a me mexer bem gostoso, sem pressa, para lhe dar prazer. Depois de um bom tempo, explodi num gozo que deveria tê-la encantado, mas Sônia apenas falou:
Mas... já...?
Como assim, mas já? Estou aqui há um tempão!
Tempão? Você deu quatro estocadas e gozou — exclamou, e me afastou, sentando-se na cama — é nisso que dá sair com homem de pau pequeno...
Pau pequeno? Pau pequeno? Meu pau é muito grande, entendeu bem?
Só se for comparando a uma minhoquinha, meu amor...
Galinha. Puta. Isso é o que ela é. Deve ter dado para algum animal, cavalo, burro, sei lá. Eu sou pequeno? E eu lhe dei uma das melhores trepadas da minha vida; a safada vem me dizer que era só aquilo? Mas já, a piranha me disse. As coisas que eu tenho de aturar!
Saímos do hotel sem trocar palavras. Coloquei Sônia em seu devido lugar. Nunca mais vai falar nada de mim, o que eu acho ótimo! Deixei-a em algum lugar que nem me lembro, ache condução para voltar! Imagine só, me tratar desse jeito. Uma mulher me tratar assim? Rá! Não mesmo...
Mas isso é passado. Recente, mas passado. Ontem. Ainda bem que minha amada não sabe. Ela é tudo para mim, não precisa ocupar sua linda cabecinha oca com as preocupações de um homem.
Às oito e pouco, o interfone toca. Não quero atender, e nem me levanto. Deve ser meu sócio. Ele sempre passa para me pegar. Ah, dane-se: sou um dos donos do negócio, não preciso chegar todo dia cedo.
Alguns minutos se passam. Sou acordado por alguém esmurrando a porta, gritando “polícia” e “abra essa porta” do lado de fora. Levanto-me, assustado. O que a polícia quer comigo?
Ela me abraça. Não quer que eu me levante. Se eu sair, quem vai protegê-la? Pede-me que eu fique. Alguém do lado de fora grita que sabe que eu estou aqui. O maldito porteiro deve ter me entregado. Safado! E ainda diz que é um homem...
Eu me levanto, ainda pelado, e vou à sala. Ela vem comigo, sem roupas, e me abraça por trás. Sabe o que temos de fazer. Este mundo é louco demais para nós. A única sanidade que conheci aqui foi a minha, e a dela. Por isso nos damos tão bem, por isso nos amamos tanto!
Ela sorri para mim; sabe o que o destino nos trouxe. “Vamos arrombar!”, do outro lado da porta. Vou à cozinha, volto, e ambos temos facas. Ela passa sua faca nos seios, e o frio do metal faz com que os mamilos saltem. Imediatamente me excito e repito seus movimentos.
Ela me mostra o pulso esquerdo, e eu, o direito. Alguns segundos de silêncio, uma breve dor, e o sangue escorre quente. Cortamos os pulsos que sobram quando ouvimos a movimentação nas escadas.
Eu a abraço e beijo, e corto sua garganta com a minha faca, e ela faz o mesmo comigo. Que dor, que amor! Morrermos juntos é o ato de maior amor que já tive na minha vida!
Engasgo no meu sangue, ela faz o mesmo. Tudo escurece. Não sentimos quando batemos nossas cabeças no chão duro, e nem ouvimos quando a porta, arrombada, se escancara.
A inconsciência do choque evolui rapidamente para a morte, e aos homens que entram na nossa casa respondemos com a frieza dos nossos corpos sem vida. Tentam nos reanimar, mas é tarde. Um deles escorrega no sangue e cai, se machucando. Se eu estivesse vivo, riria muito!
Você disse que ele morava só? Nenhuma outra pessoa vinha aqui pergunta o inspetor Moreira ao porteiro.
Não, senhor. Morava só.
E por que tantos espelhos nas paredes e teto? A casa inteira...
Ele fez uma reforma depois que a mãe foi embora e botou espelho na casa toda.
Obrigado. Pode ser que eu precise que o senhor fale lá na D.P., está bem?
Sim, senhor.
Moreira se levanta e vai ao colega. Ele lhe fala:
E aí, Moreira?
Cara, o negócio é louco aqui. O cara matou a mulherzinha... como é mesmo o nome dela? Sônia?
Isso aí.
Pois é: estrangulou a menina, largou num matagal, veio para casa, e se matou. Caso encerrado.
Porra, Moreira. O cara morava sozinho! A menina era bonitinha, gostosinha, e o babaca faz isso. Deus não dá asa a cobra!
Pois é. Vambora, que eu tô com fome. Nem tomei café...
Demorô!


Última edição por Rogério Silva em Sex Set 12, 2014 9:07 am, editado 1 vez(es)
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Tammy Marinho

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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeDom Set 07, 2014 11:22 am

Meus, Parabéns!

Essa certamente é a melhor maneira de começar a comentar teu conto.
Você soube descrever tão bem a mente misógina do protagonista, que olha... mais um pouco acharia que você também é um. rsrsrs

Novamente presencio esse mês uma ruptura mental bem contornada.
Embora no seu caso, além da psicopatia temos o agravo psicótico de uma esquizofrênia.


Muito Bom! Novamente, meus parabéns!
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Rogério Silva

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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeDom Set 07, 2014 1:55 pm

Tammy Marinho escreveu:
Meus, Parabéns!

Essa certamente é a melhor maneira de começar a comentar teu conto.
Você soube descrever tão bem a mente misógina do protagonista, que olha... mais um pouco acharia que você também é um. rsrsrs

Novamente presencio esse mês uma ruptura mental bem contornada.
Embora no seu caso, além da psicopatia temos o agravo psicótico de uma esquizofrênia.


Muito Bom! Novamente, meus parabéns!

Tammy

Que bom que gostou, fico muito feliz. Sim, você percebeu bem a evolução do quadro mental do personagem, associando a misoginia à esquizofrenia. MUITO FELIZMENTE, não tenho nenhuma das psicopatias descritas no texto. As que tenho, trato-as escrevendo. É uma EXCELENTE terapia, a qual sei que você conhece (só não sei se como terapia).
Obrigado!

Rogério Silva
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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeSex Set 12, 2014 8:31 pm

puta merda, de novo comentei e apagou sozinho.

Olha: EU CURTI ESTE CONTO!

Foi uma construção bem boa de personagens e de tom, além de ter uma conformidade geral no texto e de ele ser cativante.
Não senti tão bem a pegada erótica. Teve uma cena mais ~quente~ no meio, sim, mas me pareceu muito mais auxiliar à história que você queria contar do que temática. Além, achei que faltou construção e tensão no final, um pouco pouquinho jogado.

Continua nessa levada!
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Lupus Venator




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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeSex Set 12, 2014 11:23 pm

Rapaz, excelente texto! Muito bem elaborado e claro em relação a doença do personagem. Parabens!
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Rogério Silva

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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeSeg Set 15, 2014 7:48 am

Indy J escreveu:
puta merda, de novo comentei e apagou sozinho.

Olha: EU CURTI ESTE CONTO!

Foi uma construção bem boa de personagens e de tom, além de ter uma conformidade geral no texto e de ele ser cativante.
Não senti tão bem a pegada erótica. Teve uma cena mais ~quente~ no meio, sim, mas me pareceu muito mais auxiliar à história que você queria contar do que temática. Além, achei que faltou construção e tensão no final, um pouco pouquinho jogado.

Continua nessa levada!

Graaande Indy J

O cara não consegue fazer um elogio completo! lol! lol! lol! lol!
Brincadeiras à parte, obrigado pelo seu comentário. O que aconteceu com o final foi o seguinte: eu comecei a voltar ao meu normal, ou, como diz a Tammy Marinho, comecei a desfazer a ruptura mental que criei para escrever o conto (note que foi escrito em primeira pessoa). Logo, comecei a sentir-me mal com o que havia escrito, em especial sobre a misoginia. Daí, comecei a "correr" para finalizá-lo, porque, sinceramente, ele começou a me revoltar.
Fazer a revisão foi perturbador, porque o personagem me revolta, e (por que não dizer?) enoja. Mas consegui.
Sendo assim, o final foi algo mais rápido, com o que ele merecia. Eu pensei em construir uma tensão maior com um tiroteio, ou uma luta entre ele e os policiais, mas aí se perderia a ilusão da esquizofrenia. Portanto, o final tinha que ser este mesmo. E você sabe que eu sou fã de finais felizes, onde o bem vence o mal. Não adianta, é a cultura dos enlatados americanos duramente cristalizada no meu subconsciente.
Abraços!

Rogério Silva
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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeSeg Set 15, 2014 7:49 am

Lupus Venator escreveu:
Rapaz, excelente texto! Muito bem elaborado e claro em relação a doença do personagem. Parabens!

Lupus

Obrigado pelo seu comentário. Esta é a motivação de que preciso para continuar a escrever!
Abraços,

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Ademar Ribeiro

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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeTer Set 16, 2014 8:06 pm

Rogério, o que temos aqui? Mais um belo conto.

A historia da infância é muito importante nas mentes psicopatas, são elas quem trazem traços de um potencial amalucado. Abordei - em meu conto - em duas palavras, creio que ninguém ainda percebeu. Voltando ao seu, curti todo o enredo, o superego dele contrasta bem com a dualidade destas mentes, ele é perfeito em tudo que o faz... Mas no final tu deu uma acelerada, vi que já explicou o porque, só frisei porque achei que poderia ser melhor construído. Enfim, parabéns! Aguardo sua leitura!
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Rogério Silva

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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeQua Set 17, 2014 6:57 am

Ademar Ribeiro escreveu:
Rogério, o que temos aqui? Mais um belo conto.

A historia da infância é muito importante nas mentes psicopatas, são elas quem trazem traços de um potencial amalucado. Abordei - em meu conto - em duas palavras, creio que ninguém ainda percebeu. Voltando ao seu, curti todo o enredo, o superego dele contrasta bem com a dualidade destas mentes, ele é perfeito em tudo que o faz... Mas no final tu deu uma acelerada, vi que já explicou o porque, só frisei porque achei que poderia ser melhor construído. Enfim, parabéns! Aguardo sua leitura!
Ademar

Obrigado pelo seu comentário, e também pelo elogio. Realmente, o final foi meio acelerado, e não poderia elevar muito a tensão sem tornar o conto arrastado. Os outros motivos você já leu.
Não que seja exatamente uma zona de conforto para mim, mas é mais fácil que escrever sobre romances açucarados... ainda que eu não dure muito tempo. Gostei do termo que a Tammy Marinho usou: ruptura mental (sou leigo, lembre-se). Minha ruptura mental não dura muito, pois ela vai de encontro a valores firmemente enraizados em minh'alma. Você deve ter se lembrado da minha necessidade de finais felizes, do bem sendo vencido pelo mal, a boa e velha jornada do herói, que muita gente abomina, mas que todos acabamos fazendo, mesmo que parcialmente.
Pois é. Eu preciso disso para me libertar, para reconectar minha mente: se não o fizer, tenho medo de deixar todos os meus demônios soltos, e não conseguir mais pegá-los.
Abraços,

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Weslley Reis

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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeQui Set 18, 2014 12:12 pm

Eu achei a construção do personagem bem sólida. Tudo se fecha, há motivações para os atos e é de certa forma verossímil. É o seu conto que eu mais gostei até o momento, Parabéns Rogério.
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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeQui Set 18, 2014 12:52 pm

Weslley Reis escreveu:
Eu achei a construção do personagem bem sólida. Tudo se fecha, há motivações para os atos e é de certa forma verossímil. É o seu conto que eu mais gostei até o momento, Parabéns Rogério.

Weslley

Muito obrigado pela honra! São comentários assim que me motivam a continuar escrevendo.
Abraços,

Rogério
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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeTer Set 23, 2014 8:41 am

Rogério, querido!

Você me fez odiar o tempo todo teu personagem, e isso é ótimo! Prova que ele foi bem construído. Adorei que, no final, ele se dava tanta importância que, ele mesmo se completava. E ele se merece!

Parabéns e até mês que vem!
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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeTer Set 23, 2014 1:54 pm

Patricia Souza escreveu:
Rogério, querido!

Você me fez odiar o tempo todo teu personagem, e isso é ótimo! Prova que ele foi bem construído. Adorei que, no final, ele se dava tanta importância que, ele mesmo se completava. E ele se merece!

Parabéns e até mês que vem!

Graaande "Mamãe"!

Muito obrigado pela sua mensagem! Não foi só você quem o odiou, isto eu lhe garanto. Tentei fazer algo bem interessante, mas veja bem: não que ele se completasse no sentido estrito, mas era a ilusão que sofria, com a esquizofrenia. A casa era cheia de espelhos, e ele enxergava "Ela" neles, em seus delírios.
Eu gostaria de dizer que gostei de escrever este texto, mas foi justamente o contrário: no final, já queria me livrar dele. Fazia-me mal, me perturbava. Mas, de qualquer maneira, se me sinto assim, o resultado deve ter sido bom.
Beijim respeitoso,

Rogério Silva
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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeQui Set 25, 2014 12:28 pm

Rogério, querido!

Sensacional, gostei muito da forma como vc construiu o seu personagem ao longo do conto, eu não queria mais parar de ler! Um machista miserável, ainda bem q a mulherzinha ideal só existia na mente dele senão eu ia brigar contigo ... onde já se viu =/ rs

Sou sua revisora esse mês, amanha te mando o texto revisado por email!

Parabéns
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Rogério Silva

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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeSex Set 26, 2014 12:27 pm

Estela Goldenstein escreveu:
Rogério, querido!

Sensacional, gostei muito da forma como vc construiu o seu personagem ao longo do conto, eu não queria mais parar de ler! Um machista miserável, ainda bem q a mulherzinha ideal só existia na mente dele senão eu ia brigar contigo ... onde já se viu =/ rs

Sou sua revisora esse mês, amanha te mando o texto revisado por email!

Parabéns
Estela

Muito obrigado pela sua mensagem. Ainda bem que gostou, mas ele não é só machista, é um misógino mesmo, ou seja, um machista aos últimos graus. Apesar de não se caracterizar como psicopatia, completa-se com uma esquizofrenia. Mas o escritor tem que ser assim mesmo: fazer com que os outros acreditem que ele vive o que escreve, mesmo que todos os seus sentimentos sejam contrários àquilo.
Beijim respeitoso,

Rogério Silva
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Vinícius Tadeu




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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeSex Set 26, 2014 7:51 pm

Confesso que não gosto do tema erótico, mas nesse ficou suave; talvez suave demais para o tema. Entretanto, gosto do estilo doidão, até porque meus livros de "ficção espírita" são encaixados assim pelos que também não gostam do tema. Ainda acho que eróticos ficam melhor quando contado pelas mulheres, acho que o tempero "extra" de saber sendo contado por uma é o algo mais; para nós. Porém, consegui ler completo; o que não aconteceu com 50 tons... Abraços Fraternos e Sucesso!
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MensagemAssunto: Re: Conto: Ela (mente psicopata/erótico)   Conto: Ela (mente psicopata/erótico) Icon_minitimeSeg Set 29, 2014 8:03 am

Vinícius Tadeu escreveu:
Confesso que não gosto do tema erótico, mas nesse ficou suave; talvez suave demais para o tema. Entretanto, gosto do estilo doidão, até porque meus livros de "ficção espírita" são encaixados assim pelos que também não gostam do tema. Ainda acho que eróticos ficam melhor quando contado pelas mulheres, acho que o tempero "extra" de saber sendo contado por uma é o algo mais; para nós. Porém, consegui ler completo; o que não aconteceu com 50 tons... Abraços Fraternos e Sucesso!

Vinicius Tadeu

Se você conseguiu ler meu texto completo, mas não chegou ao final dos "50 tons", tomarei isto com um TREMENDO elogio! Afinal, eu ainda não consegui publicar nada (que não sejam os textos daqui), mas vou chegar lá!
Muito obrigado!

Rogério Silva
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